Resumo

José de Sousa Amado nasceu numa aldeia na periferia de Coimbra e, sendo o filho mais velho, foi estudar tornando-se padre e professor do liceu.
Na sua carreira muito se destacou quer por ser demasiado exigente quer por amedrontar os seus alunos. Considerava não haver livros didácticos da sua confiança, e por isso passou a escrevê-los, sendo alguns deles sucessivamente editados ao longo dos anos.
Foi uma figura incontornável no século XIX. Defensor exacerbado dos princípios morais e sobretudo religiosos nunca se deixou convencer pela onda de mudança que percorreu o seu tempo. A forma como expunha as suas ideias e como se insurgia contras as opiniões alheias deram lugar a amplas críticas e gracejos de toda a ordem, que sobre si os seus opositores abundantemente escreveram.
Passou a sua vida a lutar, porventura ingloriamente, contra todos aqueles que ousavam pensar de modo diferente, defendendo ideias conservadoras e moralistas, e desafiando assim os tempos de mudança em que vivia e nos quais nunca se integrou.
Atreveu-se a participar em todas as polémicas públicas, e foram várias, tendo-o feito sobretudo nas colunas dos jornais onde regularmente escreveu.
A sua actividade pública trouxe até si as críticas da sociedade, frequentemente publicadas nos periódicos de então, algumas insinuosas e contundentes, outras jocosas e ridicularizando o seu destinatário.
No entanto as suas convicções nem por isso deixaram de impressionar os seus opositores, aqueles a quem a sua palavra nunca chegou.
Sousa Amado morre quase no fim do século, isolado e incompreendido pelos seus pares.

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